quarta-feira, 24 de agosto de 2011

NOVAS POSTURAS DOCENTES E DISCENTES


Para Morin (2000) citado por Martins (2002, p. 27):
À medida que o sujeito atua em seu meio vai se criando uma rede de interações formada por um conjunto de articulações entre teorias, conceitos, crenças e idéias, em continuo processo de elaboração, no qual não há um só conceito ou entidade fundamental. Podemos assimilar, portanto que, o conhecimento não é algo pronto ou acabado, é provisório e interdisciplinar, mutável, sempre pronto a receber novas contribuições e/ou articulações, proporcionando ao sujeito integrar-se à realidade dinâmica que vivenciamos.
Neste cenário, a proposta de EAD, embora em suas concepções epistemológicas possa ainda não estar muito clara para os envolvidos, deve propor mudanças de atitude, no que tange à participação e o compromisso do docente e do discente, pois ambos tornam-se parceiros no processo de aprendizado, interagindo, pesquisando e desenvolvendo-se mutuamente. Portanto, o professorao associar as tecnologias de informação aos métodos de aprendizagem, estará desenvolvendo habilidades relativas ao domínio destas tecnologias, articulando-se com a práxis pedagógica e igualmente, com as teorias educacionais possibilitando ao discente refletir sobre suas próprias práticas, ampliando desta forma, as potencialidades pedagógicas das tecnologias de informação. Percebe-se portanto, que será exigido do aluno participante de programas em EAD, senso crítico e autonomia, uma vez que o mesmo deverá desenvolver mecanismos que possibilitem interagir com esta nova realidade.
Como aponta Perrenoud (2000) citado por Martins (2002, p. 29), o professor mais do que ensinar, trata-se de fazer aprender, concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das situações de aprendizagem.
Inicia-se então um processo que pode ser visto como uma desconstrução, no sentido de que antigos paradigmas começam a desfazer-se e o aluno – juntamente com o docente, se percebe numa posição onde deverá problematizar situações, realizando investigações, propiciando análises e discussões coletivas e reflexões individuais, enfim, buscando soluções. Reside aí, o âmago desta nova cultura docente e discente na EAD: a aprendizagem resulta de um processo de construção elaborado pelo aluno e, o tutor, ao promover a participação, a interação e o confronto de opiniões e ideias, tem também sua autoria enquanto sujeito atuante no sistema. Significa dizer, que os sujeitos perdem sua individualidade em proveito das redes constantes de informações que, a todo o momento, exigem o desenvolvimento de habilidades no uso dos componentes presentes nesta nova cultura. Não podemos conceber EAD utilizando-se apenas do instrucionismo, ou imaginarmos o aluno como alguém passivo que, apenas deverá receber e memorizar informações. Tampouco, transferir a responsabilidade do aprendizado ao aluno como, em alguns momentos, temos percebido, significando dizer que a qualidade das interações propiciadas pelo Tutor também terão responsabilidade e ação diante desse processo (MARTINS, 2002).
É necessário ainda lembrarmos que, em tese, o público alvo da EAD é constituído por adultos ou seja, sujeitos que trazem experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de sua trajetória. Neste sentido, o saber necessita estar articulado com sua realidade prática, vivenciada diariamente, pois ao contrário, não haverá motivação para aprender. Acredita-se portanto, ser necessário ao profissional docente que possua conceitos da Andragogia para, desta forma, compreender quem é o aluno adulto. Linderman, citado por Knowles (1980) apresenta algumas características da educação do adulto, as quais serão apenas citadas neste momento: currículo voltado para o interesse do aluno, a relevância da experiência do estudante, não ao ensino diretivo e autoritário, um conceito dinâmico de inteligência e, sobretudo, relação teoria-prática (GUAREZI, 2009).
Tais características nos propiciam uma dimensão dos desafios presentes na EAD.
(Ana Cristina Salomão
, Blog Tutoria e Mediação em EAD Brasil - Linkedin

Postagens no Blog Tutoria e Mediação em EAD Brasil-Linkedin


65 Maria S Santos Notaro :

Hoje o acadêmico não se satisfaz só com os livros ou atividades oferecidas pelos professores.A tecnologia da informação não tem limites e o aluno precisa explorar os inúmeros leques de pesquisas e para ele o mundo é todo seu. Está em suas mãos as informações em todos os idiomas, em todos os formatos e por isso a escola deverá investir em alta tecnologia, oportunizando aos estudantes o maior número de opções para realizarem seus estudos.
Infelizmente a realidade de muitos é outra: No 3º semestre ainda não cairam a ficha do que mesmo é EAD? Não possuem os recursos tecnológicos básicos para acessarem o Ambiente Virtual de Aprendizagem...e as faculdades nem sabem disso...Os tutores EAD correm atrás dos alunos cobrando a sua presença no AVA, porém muitos alunos nem sabem o que é um tutor a distância!

Postagens no Blog Tutoria e Mediação em EAD Brasil-Linkedin



O aluno precisa buscar uma escola que realmente prima pela qualidade e que leva a sério o seu aprender através de bons professores, tutores e outros profissionais ,aliados aos recursos tecnológicos necessários.Além de tudo isso o acadêmico é o maior responsável pelo seu aprendizado necessitando de planejamento para o tempo disponibilizado aos estudos.
Os alunos de EAD são adultos, independentes e sabem o que querem. Ao escolherem esta modalidade, eles pensam na conciliação do estudo com o trabalho,mas têm consciência do quanto vai depender dels o sucesso para conseguirem concluir o curso superior  e realizarem o sonho de uma carreira profissional bem sucedida.

A paixão continua...

Acretito na EAD e enquanto fui tutora a distância desempenhei meu papel de mediadora comprometida com o aprendizado dos alunos. Fiz um trabalho reconhecido pelos acadêmicos e posso dizer que trabalhei em todos as áreas da educação( de ed. infantil, ens. fundamental, médio e superior, coordenadora pedagógica, vice-diretora e diretora escolar por mais de 30 anos,mas nada foi tão apaixonante quanto a EAD.
 Entender as dificuldades dos alunos, compartilhar de suas angústias por não poderem realizar um bom trabalho acadêmico, as dificuldades financeiras , o estresse do trabalho longe da faculdade, a falta de competência para o manuseio das tecnologias e até por ainda não possuirem um computador com internet em casa, o materialatico que chegava com atraso dificultando na aquisição dos conteúdoso e muito mais.
As faculdades nem sempre focam seu trabalho na qualidade do ensino. Abarrotam os polos com alunos sem preparo, muitos não possuem base para cursarem nem o ensino médio, pois estudaram em escolas públicas de má qualidade ou estão fora da escola há muito tempo. Optam pela EAD com a visão da facilidade oferecida pelas universidades privadas que visam o lucro. Os vestibulares não medem a capacidade dos alunos, são agendados e de faixada”! Ninguém sabe de alguém que foi reprovado no processo seletivo da EAD na maioria das universidades particulares.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Oportunidade de me apaixonar por educação a distância


Em 2010 surgiu mais uma oportunidade de retornar a educação através da tutoria EAD, na Faculdade Anhanguera/Uniderp, em Leme, o que muito veio a acrescentar em minha vida profissional. Vejo neste contexto de trabalho como é maravilhoso manter contato com os alunos distantes, mas que estão perto. E percebo como o afeto que se tem pelo aluno presencial é vivenciado em EAD de uma forma que chega a ser ainda mais gratificante, pois os apelos dos estudantes por e-mails ou por telefone dão ao tutor a distância a responsabilidade de pensar, refletir as ansiedades e dúvidas dos acadêmicos e procurar urgência na solução de cada pergunta. O tutor EAD, dentre muitas funções, atua como motivador, um alguém que fica à espera dos contatos dos alunos, e quanto mais os alunos o procuram, mais importante nos sentimos. Buscamos conhecer os alunos pelo nome, saber onde moram e transformar o nosso ambiente virtual, sobretudo em um contexto em que as rede sociais se expandem. Imagino que ali estão os alunos na minha sala de aula caprichada, com meu perfil agradável onde conto meus interesses, posto mensagens inteligentes e motivadoras e deixo a foto mais bonita, mesmo que ela não seja atual. O tutor EAD quer, enfim, que o seu aluno o admire pelo que ele representa no seu aprendizado e pelo que faz para motivá-lo.

Descobre-se que em EAD, o aluno precisa autogerenciar o seu conhecimento, a sua aprendizagem com determinação, coragem, comprometimento consigo mesmo, com curiosidade e ousadia. O tutor EAD é um mediador. É aquele que olha para o grupo apesar de distante, com olhos afetivos, amorosos e entende cada limitação dos estudantes, pois existem pólos atuando em todos os lugares do Brasil, com uma diversidade de culturas e costumes capazes de enriquecer qualquer tutor que esteja  inserido na modalidade de educação a distância, entendendo que há pequenas diferenças entre o ensino presencial e a distância.

A educação a distância veio proporcionar a todos os jovens e adultos a oportunidade de darem continuidade aos seus estudos, minimizando as diferenças originadas pelas injustiças sociais em nosso país pontuando para o desenvolvimento humano de uma nação.

. É na escola presencial que o aluno inicia os sues primeiros passos em direção ao conhecimento intelectual e ali descobre suas aptidões, direciona suas habilidades para fundamentar seu projeto de vida. Num mundo globalizado, o trabalho é um dos primeiros objetivos perseguidos pelo jovem e nem sempre ele consegue conciliar os estudos com o emprego. A evasão e a retenção são problemas sem solução na escola presencial, justamente por falta de orientação dos estudantes por parte das autoridades educacionais que com um bom planejamento, poderiam sanar as dificuldades mais gritantes dos alunos trabalhadores. Pouco se tem pensado na questão dos jovens e adultos que exercem uma função remunerada durante o dia e precisam trabalhar à noite. No ensino fundamental e médio, foi criado o projeto “Educação de Jovens e Adultos” (EJA), que, mesmo embasada de conteúdos elaborados segundo a realidade de cada um e amparada pelos Parâmetros Curriculares estabelecidos pelo MEC, não tem tido tanto sucesso como foi proposta para resolver a situação daquele que trabalha e quer estudar, quer se estabelecer numa carreira de sucesso profissional para enfrentar as exigências do mercado de trabalho.


Do passado ao futuro: Aprendendo com a tutoria EAD aos 67 anos.


Pelas experiências acima relatadas, percebe-se que não consegui me desligar da educação, área onde fundamentei minha vida desde os 17 anos, mesmo antes de terminar o curso normal (na época, curso que dava competência a uma pessoa para ministrar aulas nas séries iniciais do ensino fundamental, antigo curso primário), já ensaiava meus primeiros passos como professora de uma escola particular, que pertencia ao meu professor de matemática, pessoa que acreditou no meu potencial.

Após minha formatura, ingressei na profissão em uma escola da zona rural, no interior da Bahia, onde por dois anos tive muitas conquistas.

Pensando em ampliar meus estudos,me mudei para São Paulo. Na capital paulista tive inúmeras dificuldades até ingressar por concurso público na rede estadual como professora do ensino fundamental, ocupando o cargo por 16 anos. Exerci a função de direção em uma escola de ensino fundamental e médio em Diadema, ficando até completar o tempo de serviço e aposentadoria. Tive experiências em educação infantil nas prefeituras de Diadema e de São Bernardo do Campo por 18 anos, realizando projetos educacionais em favelas junto à comunidade.

Após o desligamento da rede estadual, recebi convite para secretariar a educação de um pequeno município do interior da Bahia. Ali descobri o quanto o meu capital cultural era pouco e que aquele lugar era o que de mais pobre já tinha visto. Lá havia escolas depredadas, mobiliário sucateado, professores sem capacitação, alunos defasados em idade/série, jovens e adultos analfabetos, povo sem cidadania. Pensei: “Que fazer? Por onde começar? Com quem contar?” Naquele município, notei que não aprendera nada a respeito daquela situação em nenhuma faculdade. Fui à luta, pedi ajuda ao governo estadual, a ONGs e principalmente à comunidade escolar e local e reergui o que era prioridade naquele momento de iniciar as aulas em 1997. Contratei consultorias com o respaldo do governo municipal e senti pela primeira vez o que era fazer educação sem nenhum recurso material. Trouxe a faculdade a distância para a formação dos professores municipais e senti o dever cumprido.

EAD VIROU A MINHA CABEÇA


Acreditando na educação a distância, realizei vários cursos de extensão online, na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e no SEBRAE procurando aperfeiçoar meus conhecimentos. Nos cursos da FGV aprendi com: Conhecimento, Saber e Ciência- Todo saber é efêmero e que um estudo é válido enquanto não surge outro que o contradiz e o saber corresponde ao conjunto de todos os conhecimentos transmitidos através do processo de metodologia do ensino. Os conhecimentos produzidos pela humanidade, apesar de volumoso, nota-se que se conhece tão pouco sobre a realidade, o mundo e o universo.

Ciência e Tecnologia – Tudo que o homem cria, desde a fala,a escrita, pequenos objetos que facilitam o seu trabalho ou o seu lazer, até as maiores invenções que resultam no desenvolvimento tecnológico da humanidade.

 Recursos Humanos – No momento o atual o gestor de RH não é mais um diretor de Departamento do Pessoal e sim um líder formador de equipes, capaz de entender que a empresa é composta de um conjunto de pessoas com os mesmos objetivos, o crescimento e o desenvolvimento da instituição.

 Sociologia e Filosofia –O homem é um ser pensante e como tal precisa exercer seu papel na sociedade e conscientizar a população dos seus direitos e deveres como cidadãos.



 Balanced Scorecard –Segundo Kaplan e Norton (2001) é um método que auxilia os gestores a desenvolver bem uma estratégia do princípio ao fim e depois fazer com que cada um na organização esteja envolvido a implementá-la

‘O Balanced Scorecard é baseado em quatro perspectivas (financeira, clientes, processos internos e aprendizado/crescimento), formando um conjunto coeso e interdependente, com seus objetivos e indicadores se inter-relacionando e formando um fluxo ou diagrama de causa e efeito que se inicia na perspectiva do aprendizado e crescimento e termina na perspectiva financeira. “(Fonte FGV, cursos online)”.

Fundamentos da Gestão de TI – o papel da tecnologia hoje faz com que novas fronteias sejam alcançadas em vez da automatização de antigos e repetitivos processos.

O consumidor passa a ser ativo.

Motivação nas Organizações-Ninguém motiva ninguém. A motivação é intrínseca ao estado de espírito do indivíduo.Faz-se necessário compartilhar o poder porque, contraditoriamente , se dividido, o poder multiplica.

No SEBRAE adquiri conhecimentos sobre Como Vender Mais e Melhor, onde o cliente tem que ser fidelizado através do bom atendimento.

 Aprender a Empreender –o empreendedorismo realizado com conhecimento do mercado, do produto e da equipe que o realiza, capacitada por profissionais altamente qualificados.

 Empreendedor Individual – O pequeno investidor saindo da informalidade e contribuindo com o desenvolvimento econômico do país.

Análise do Projeto Financeiro – Fluxo de caixa e a organização da empesa como um todo.

 e D’Olho na Qualidade - Filosofia dos “5s”.

Estes cursos de aperfeiçoamento me deram embasamento nas diferentes áreas e principalmente a concepção de educação a distância pela interação mantida com o tutor EAD e os colegas através de fóruns de discussões, e-mails e mensagens diárias. Nesta época eu já não podia mais ficar longe desta modalidade de educação e cada vez mais me aprofundava em buscar conhecimentos, pesquisando as referências bibliográficas que me davam suporte para eu aprender mais e falar com propriedade deste tema que tanto me interessa.